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Amigos do Quico e do Ventor

Nós somos todos filhos do Sol, amigos do Quico e do Ventor

Amigos do Quico e do Ventor

Nós somos todos filhos do Sol, amigos do Quico e do Ventor

Os meus amigos do Lugar do Sol. Uns já foram e outros vieram. Continuam a ser cinco para receber o Ventor mas já não é o mesmo. Nem toda a gente se apercebe de quanta beleza há no olhar de um animal!


Eles perguntavam-me porque só o gato tinha direito de entrar aquela porta e eles tinham sempre que ficar nas suas casotas e eu repondia-lhe que, enquanto procurassem desmembrar o gato nunca ganhariam o direito de entrada. Mas desmembrar um gato seria o direito natural de um cão - diziam! Então esqueçam a porta e não se discute mais. Porta fechada e pronto!



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Até as hienas são amigas do Ventor


26.04.13

No Lugar do Sol


Ventor e Quico

No Lugar do Sol, tudo é bonito. 

Pode ver aqui no Shutterfly, Uma caminhada no Lugar do Sol.

 

Belezas paradisíacas no Lugar do Sol

Ontem foi um dia de festejo - o 25 de Abril! O 25 de Abril ainda serve de festejo ou apara os que se penduraram no rabo da Revolução ou para aqueles que ainda sonham com a Revolução que não chegou a haver!

Não brinquem comigo, sabem que não houve. Houve apenas para meia dúzia de oportunistas, os tais que se penduraram sempre no rabo da vaca apenas para não perder os tetos que vão à frente e dão o leite.

Mas eu não festejo o 25 de Abril! Para mim, o 25 de Abril, não passou de uma ilusão. Pelo menos no aspecto económico. Houve outros falhanços mas este foi o maior de todos. E, para mal dos nossos pecados, tão grande que não tem fim.

Por isso, em vez de falar de coisas falhadas, prefiro falar das coisas belas da vida, nestes belos dias de sol.

 

Um tritão, semelhante a este, há lá, pelo Lugar do Sol

Quando chegamos ao Lugar do Sol, talvez 15 horas, as tais 3 horas da tarde, havia silêncio. Arrumei a viatura, peguei ma máquina e disse para os meus botões: "vá lá, tritão, apresenta-te ao Ventor"! No chafariz do século passado, a água que saía da torneira fazia barulho na sua queda para o reservatório. O barulho da queda da água era muito e o tritão, o meu amigo tritão, nada! Pensei que todos os bichos de sangue frio, mesmo em dias de muito sol, não querem nada com o Ventor. Ou o tritão não me ouve com o barulho da água ou fica escondido de mim. Será, se for esta última hipótese, um amigo da onça. A verdade é que ele não aparece. O último tritão que vi, foi nas margens do rio Lizandro.

 

As papoilas, na margem da estrada, frente ao tritão

Mas não é só o tritão que não badala a minha chegada. Também as cobras e lagartos se escondem. Eles, as cobras e os lagartos, saberão, por portas e travessas que o Ventor ganhou má fama, noutros tempos, pelo seu comportamento relativamente a essa bicharada. Foi nos primórdios, quando eu pensava que todos eles eram venenosos, tipo víboras. Para mim, nesses tempos, todos eram venenosos e todos deviam morrer antes de matarem alguém. Eu sei que a culpa não terá sido minha porque, foi assim que me ensinaram. Com o tempo, aprendi que a escola da vida que me ensinou muito sobre as minhas futuras caminhadas, nem tudo de bom me ensinou. Hoje, os animais de sangue frio podem acalmar-se que, o comportamento deste Ventor nada tem a ver com o comportamento do passado.

 

Flores saídas do chão, junto ao muro, cumprimentam o Ventor

Seja como for, nem cobras nem lagartos querem nada com a minha presença e menos ainda com as minhas caminhadas no meio das suas flores. Eu sei que eles, tanto cobras como lagartos, andam por lá mas, mal me cheiram, somem logo. Os meus amigos peludos, os cães, segundo os seus donos, já mataram três que se atreveram a entrar nos seus aposentos. Dizem que o jardim não é para cobras! Mas ontem, quando cheguei, ia a sair o veterinário que se encarregou de lhes ir dar a vacina aos cinco, mas o meu amigo Gaspar disse-me logo: "olha Ventor, tenho tanta vontade de dar umas dentadas nesse que aparece, fura-nos a pele com uma agulha e parte como se nada fosse. Paciência de cão! Não gostamos de cobras, nem de lagartos, nem de veterinários, sempre de agulha na mão a fazer buraquinhos nas nossas peles".

 

O meu amigo Gaspar estava chateado com o Veterinário

Lá fui às cobras e aos lagartos mas, quem festejou a minha presença, fazendo a festa, foram os penudos e as flores embandeiradas ao sol da Primavera. No meio dos matos que fazem sebes, cantavam os rouxinóis e, o cântico dos rouxinóis misturado com o cântico dos outros pássaros, seus companheiros de jornada, como pintassilgos, pintassilgos verdes, verdilhões e tantos outros, constitui o primor das orquestras. Caminho por entre eles sonhando com nichos deste mundo que o Paraíso nos deixou. Por isso, eu gosto das minhas caminhadas pelo Lugar do Sol.

 

O rouxinol comum

Belezas de sempre que o Ventor descobriu o ano passado, no Lugar do Sol - os meus amigos rouxinóis. Eles são lindos! Às vezes fugiam mas ficavam em posição de me ver. Eu afastava-me para eles não me verem e, com pena de me perderem, aproximavam-se para onde nos víssemos bem.


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Garranos em Adrão; fotos que o Quico gostava de ver

24.04.13

Cisticola Juncidis


Ventor e Quico

Um nome pomposo, visto do lado científico.

Visto do meu lado, posso chamar-lhe como os catalães - o Triste! Ou, popularmente, por cá, a "Fuinha dos Juncos"

O Triste, porque o seu piar é triste mas, para mim, quando ele entra na minha caminhada, é uma alegria.

É uma alegria porque gosto dele e gosto de ouvir o seu pio.

Um dia destes, caminhava eu por Miraflores e comecei a ouvir o som do Sr. Triste. Olhei o céu sobre a minha cabeça mas nada. Ao mesmo tempo passava um tipo a correr e o Sr. Triste saíu de cima da árvore (Ginkgo Bilova - o fóssil vivo). Deu uma volta a piar e foi pousar no mesmo sítio a cantar para mim. Por isso acho que somos amigos inseparáveis, eu e a Fuinha dos Juncos, ou o Sr. Triste, ou a Cisticola Juncidis!

Cada pio de tristeza, quando voa, dá-se a cada impulso do voo.

Ele aparece-me, sobre a cabeça, com o seu pio comandado pelos impulsos do voo e  a minha caminhada pára logo. Normalmente, aparece-me sempre do lado do sol! A minha vista tenta penetrar a luz e lá me aparece essa bolinha penuda no ar e o seu "piu-piu" denuncia-o.

Saía, formava os seus picos de voo e dava-me os seus "piu-pius" melodiosos e tristes mas vinha sempre pousar junto de mim

Com a visão do alvo penudo e o barulho do seu "piu-piu", eu sou logo transportado até às origens! Começo por sair da Açoreira com as vacas,  subir pelo Barroco rumo às Fontes onde, tento evitar que as vacas não entrem na floresta. Coloco-me à frente das vacas e vou caminhando. Por companhia, quase sempre na minha vertical, tenho o meu amigo Triste ou "Cisticola Juncidis".

Como podem ver, aqui, neste vídeo do Youtube, a Cisticola Juncidis, é uma beleza, mais ainda fazendo voos na nossa vertical e cantando

Acho que os catales têm razão chamar-lhe triste!

Há outro pássaro que não costumo ver por aqui e que me deixa, quando o ouço lá pelos alentejos e algarves, transportar uma certa nostalgia dentro de mim, pelas mesmas razões do Triste! É a cotovia! Quando se levantava na vertical, piando, embora de uma maneira diferente do Sr. Triste e o meu pai me dizia ser uma cotovia, ela nunca mais sumiu do meu olhar, pelas mesmas razões do triste - a saudade de voltar a vê-los pelas minhas Montanhas Lindas!

 

Mas o Sr. Triste mostrava-me que também cantava pousado na árvore e sempre para mim. Porém, praticamente, só o consigo fotografar contra o sol. Isto parece-me, porque a melhor visibilidade deve ser sempre a dele!

Mas eu julgo que, o Sr. Triste, sempre que me vê, vem ter comigo porque sabe quanto eu gosto dele!

Parece que me desafia a seguir os seus impulsos.


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Garranos em Adrão; fotos que o Quico gostava de ver

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