No Lugar do Sol
No Lugar do Sol, tudo é bonito.
Pode ver aqui no Shutterfly, Uma caminhada no Lugar do Sol.
Belezas paradisíacas no Lugar do Sol
Ontem foi um dia de festejo - o 25 de Abril! O 25 de Abril ainda serve de festejo ou apara os que se penduraram no rabo da Revolução ou para aqueles que ainda sonham com a Revolução que não chegou a haver!
Não brinquem comigo, sabem que não houve. Houve apenas para meia dúzia de oportunistas, os tais que se penduraram sempre no rabo da vaca apenas para não perder os tetos que vão à frente e dão o leite.
Mas eu não festejo o 25 de Abril! Para mim, o 25 de Abril, não passou de uma ilusão. Pelo menos no aspecto económico. Houve outros falhanços mas este foi o maior de todos. E, para mal dos nossos pecados, tão grande que não tem fim.
Por isso, em vez de falar de coisas falhadas, prefiro falar das coisas belas da vida, nestes belos dias de sol.

Um tritão, semelhante a este, há lá, pelo Lugar do Sol
Quando chegamos ao Lugar do Sol, talvez 15 horas, as tais 3 horas da tarde, havia silêncio. Arrumei a viatura, peguei ma máquina e disse para os meus botões: "vá lá, tritão, apresenta-te ao Ventor"! No chafariz do século passado, a água que saía da torneira fazia barulho na sua queda para o reservatório. O barulho da queda da água era muito e o tritão, o meu amigo tritão, nada! Pensei que todos os bichos de sangue frio, mesmo em dias de muito sol, não querem nada com o Ventor. Ou o tritão não me ouve com o barulho da água ou fica escondido de mim. Será, se for esta última hipótese, um amigo da onça. A verdade é que ele não aparece. O último tritão que vi, foi nas margens do rio Lizandro.
As papoilas, na margem da estrada, frente ao tritão
Mas não é só o tritão que não badala a minha chegada. Também as cobras e lagartos se escondem. Eles, as cobras e os lagartos, saberão, por portas e travessas que o Ventor ganhou má fama, noutros tempos, pelo seu comportamento relativamente a essa bicharada. Foi nos primórdios, quando eu pensava que todos eles eram venenosos, tipo víboras. Para mim, nesses tempos, todos eram venenosos e todos deviam morrer antes de matarem alguém. Eu sei que a culpa não terá sido minha porque, foi assim que me ensinaram. Com o tempo, aprendi que a escola da vida que me ensinou muito sobre as minhas futuras caminhadas, nem tudo de bom me ensinou. Hoje, os animais de sangue frio podem acalmar-se que, o comportamento deste Ventor nada tem a ver com o comportamento do passado.
Flores saídas do chão, junto ao muro, cumprimentam o Ventor
Seja como for, nem cobras nem lagartos querem nada com a minha presença e menos ainda com as minhas caminhadas no meio das suas flores. Eu sei que eles, tanto cobras como lagartos, andam por lá mas, mal me cheiram, somem logo. Os meus amigos peludos, os cães, segundo os seus donos, já mataram três que se atreveram a entrar nos seus aposentos. Dizem que o jardim não é para cobras! Mas ontem, quando cheguei, ia a sair o veterinário que se encarregou de lhes ir dar a vacina aos cinco, mas o meu amigo Gaspar disse-me logo: "olha Ventor, tenho tanta vontade de dar umas dentadas nesse que aparece, fura-nos a pele com uma agulha e parte como se nada fosse. Paciência de cão! Não gostamos de cobras, nem de lagartos, nem de veterinários, sempre de agulha na mão a fazer buraquinhos nas nossas peles".
O meu amigo Gaspar estava chateado com o Veterinário
Lá fui às cobras e aos lagartos mas, quem festejou a minha presença, fazendo a festa, foram os penudos e as flores embandeiradas ao sol da Primavera. No meio dos matos que fazem sebes, cantavam os rouxinóis e, o cântico dos rouxinóis misturado com o cântico dos outros pássaros, seus companheiros de jornada, como pintassilgos, pintassilgos verdes, verdilhões e tantos outros, constitui o primor das orquestras. Caminho por entre eles sonhando com nichos deste mundo que o Paraíso nos deixou. Por isso, eu gosto das minhas caminhadas pelo Lugar do Sol.
O rouxinol comum
Belezas de sempre que o Ventor descobriu o ano passado, no Lugar do Sol - os meus amigos rouxinóis. Eles são lindos! Às vezes fugiam mas ficavam em posição de me ver. Eu afastava-me para eles não me verem e, com pena de me perderem, aproximavam-se para onde nos víssemos bem.