A Perdiz e o Ventor
Vejam como são lindos os amigos do Quico do Ventor e do Pilantras.
Hoje caminhava num passeio da Amadora junto à divisória que bloqueia a entrada na Academia Militar. Quando me aproximei dos grandes espaços verdes, procurei espreitar por entre as grades a ver se via alguma ou algumas das minhas amigas perdizes que por ali andam.
O ninho de uma perdiz, com ovos
Por dentro, junto às grades, há um caminho de terra batido e eu fui olhando e, um pouco mais além, lá estava uma perdiz sobre as areias brancas, levantada, a olhar-me. Continuei a andar de olhos na perdiz e vejo junto dela alguns perdigotos. Fui-me aproximando e a perdiz não fugia. Eu não tinha a máquina e não fiz o movimento de preparar a máquina para o tal click. Os perdigotos que contava de oito passaram para cinco mas outros terão fugido para o interior das ervas altas, onde passei a ver um ou outro. Começaram a fugir e a perdiz ficou só, olhando-me. Entre nós estava apenas uma grade de ferro.
A perdiz que vi hoje estava como essa mas a olhar directamente para mim
Disse-lhe: "menina, estás a guardar os teus filhotes"? Ela empertigou-se muito direita, praticamente de pé, para mim, olhando-me fixamente. Continuei a falar para ela e ela não arredou pé. Ali ficou no meio do caminho, sem uma única erva para a camuflar. Para não a perturbar, continuei a andar e a falar para ela e ela deu umas passadas na minha direcção e até parecia que me queria ouvir. Os seus rapazotes, já senhores do seu nariz, aguardavam no meio das ervas, as ordens da sua mãe.
Um perdigoto. Os filhotes dessa perdiz já eram mais espigadotes
Eu fiquei com a ideia de que ela me perguntava: "aquela coisa preta que tu me apontas, às vezes, não a tens? Não vês como os meus filhotes são bonitos? Ficavam lindos numa foto"!